Isto é uma história ficcionada.
-----
Um dia pensei em ser médico. Consegui. Já por si, a doença é um caso que me tranquiliza economicamente. Mas não é isso.
Sou cirurgião, habituado a operar todos os dias. Conheço o corpo como um mecânico conhece o motor.
Um dia fui abordado por um colega que me pediu um órgão de um doente em fase terminal.
Foi simples. Para aquele doente, aquilo já não fazia falta. E podia sr útil para peça de substituição. E assim foi. A minha vida começou a ser um pouco como aquelas casas de peças suplentes, em segunda mão.
Um rim, um fígado, um coração, entre muitos outros órgãos foi coisa que comecei a negociar. Óptimo negócio, bem sucedido. Até que comecei a ambicionar mais.
Começou a aparecer a fertilização in vitro. Ótima ideia. O meu sentimento de pai, deixou de ser aquele sentimento que todos temos, natural, para ser um sentimento de negócio.
Uma criança, vendida, peça a peça, tornou-se um negócio do melhor.
De facto, anda por aí muita pedofilia, muita criança desaparecida sem rasto.
Também todos os dias desaparecem viaturas, que acabam desfeitas e vendidas peça a peça.
Por isso, se algum dia lerem uma novela de uma criança que se diz ter sido raptada sem deixar qualquer pista, deixem-se de tretas.
Mais tarde ou mais cedo vai aparecer na listagem de órgãos suplentes da minha empresa. Crianças "in vitro" é o que está a dar.
Mas isto é ficção! Qualquer semelhança com alguma história por aí, é pura coincidência.
Índice Temático
Os meus links
Os outros