Tenho 57 anos.
Ainda está para vir a primeira vez que eu saia satisfeito de um serviço que esteja ao nosso serviço.
Sobre reclamações ao Banco de Portugal, é uma miséria, Finanças, idem, Hospitais, aspas,aspas.
Nós somos simples números, não somos pessoas. E quem está do lado de lá, actua simplesmente porque quer cumprir um horário e mais nada.
Hoje vou falar da minha tarde de Domingo, passado.
4 horas de espera por uma consulta no Hospital Pediátrico de Coimbra, onde fui com o meu neto.
Há mais de 20 anos que ali não ia, desde o tempo em que os meus filhos eram pequenos. Lembro-me que na altura se fez uma grande revolução.
Creio até que o director se chamava Dr. Mota. Mas isto é um pormenor. Passados estes 20 anos, a única diferença é a entrada no hospital, que é mais directa.
O atendimento é todo igual, para pior.
Vejamos.
1 - Fomos atendidos de imediato: 20 valores!
2 - A triagem veio passados 5 minutos: 19 valores.
3 - Depois foi a agonia de passar 3 horas num corredor com cadeiras horríveis em que não sabemos quem são as crianças que por ali estão, quais são os seus sintomas. No caso do meu neto, tratava-se de um virus que já vinha de outras crianças e se tinha transmitido inclusive aos pais. Nada impedia que a transmissão se continuasse naquele espaço, creio eu.
Pelos anúncios do altifalante (aquilo é pior que os altifalantes dos vendedores de feira: Francisco das Ervilhas, sala UM!!!) que nos causavam dores de cabeça por tão berrantes (quando é que estes senhores dos hospitais têm um pouco de sensibilidade) que quase parecia um manicómio, apercebi-me que só um gabinete funcionava, o nº UM.
Ou seja, mas quando é que o sistema compreende que em hospitais não pode haver fins de semana?
Ou seja, se houver fins de semana é somente para ter a consciência de que nesses dias os serviços têm que ser reforçados e nunca ao contrário.
Passados 3 horas fomos atendidos.
E o doutor:
- "´Ó menino, tem que dizer à sua mamã que quando vier para o hospital tem que trazer pouca roupa, porque não podemos demorar tanto tempo a despi-lo, tá bem?"
E em dois minutos o doutor chega à conclusão da doença do Bébé.
- Isso é um virus que anda por aí. Vai tomar este medicamento que já lhe demos há pouco e isso passa. Já estou farto de hoje receitar a mesma coisa.
- Ó sr. Doutor, olhe que lhe demos umas colheres há pouco e ele rejeitou.
- Ele acostuma-se.
E assim ficámos. Receita na mão.
Pelo sim pelo não, telefonámos a um amigo.
- É pá, o doutor receitou isto à criança e parece-me que ele não vai querer.
- Esse medicamento são poucas as crianças que gostam desse sabor. Este (não me lembra o nome agora) quase todos gostam e produz o mesmo efeito.
9 da noite. E estamos na farmácia. O farmacêutico é da mesma opinião.
- Olhe que as crianças rejeitam esse medicamento.
- E este (??).
- Esse é melhor.
E assim foi. Mandámos a receita para o caixote do lixo.
E assim, todos poupámos! Menos nós que tivemos que pagar o medicamento na totalidade: 13 euros!
E mais palavras para quê?
Só falta que esta coisa dos virus comece a ter uma assinatura de antivirus anual, paga automaticamente pela internet, por sistema pay-pal.
Deus nos livre!!!!
Ah! esquecia-me da pontuação para o ponto 3. Quanto é que dão? Eu dou 0 valores!
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