O nosso primeiro ministro tem estado a falar sobre as pensões, colocando-nos um raciocínio errado. Dizer que agora há menos gente a sustentar o sistema é não querer ver o que há muito já está mais que analisado. O sistema de pensões não pode mais continuar a ser sustentado pelo sistema de descontos de quem trabalha.
É imoral, injusto e descompensado do sistema económico.
Há 50 anos, ou menos, uma empresa, por exemplo de construção de pontes, tinha, para construir uma qualquer, 500 ou mais empregados. Hoje, o mesmo empreiteiro ou empresa, recebendo ainda mais, consegue o mesmo com pouco mais que uma dúzia de funcionários.
Poderia dar muitos exemplos, desde a indústria têxtil à indústria de madeiras e até da construção. Por isso, tal como já o disse há muitos anos, tendo até alguém chegado a falar do assunto ( a segurança social ser associada à facturação) esta é a única forma de justiça social e empresarial.
Por exemplo, que justiça existe em uma empresa descontar mais para o escriturário do que o trabalhador normal? Ou seja, a reforma do secretário, que contribui para a empresa da mesma forma que o gerente ou o técnico é, muitas vezes, maior. Ora a empresa deveria descontar igualmente em relação a todos os funcionários, ou, como argumento, descontar em relação à facturação.
E porque é que não se desconta a partir da facturação? Porque o Estado não acredita na facturação.
E aqui está um dos problemas – a economia paralela.
E só existe porque o mesmo Estado não tem uma forma justa e correcta para que todos possam exigir uma factura. Bastaria que cada factura pudesse contribuir minimamente para a reforma de cada um, descontando qualquer coisita do imposto pago.
E o Estado não tem interesse em nada, porque há muita coisa mal em que não mexe.
Comece por isto, sr. Primeiro Ministro: Acabe com as duplicações de reformas, tomando como exemplo o nosso Presidente da República ou o Ministro das Finanças, entre milhares e milhares de exemplos.
Acabe com as reformas daqueles que estão ainda a trabalhar e não têm idade para terem esse direito comum, como milhares de ex deputados e autarcas.
Acabe com as indemnizações aos que saiem de cargos públicos, que são milhões e milhões sem o mínimo de justiça.
Ponha imediatamente um limite máximo para qualquer reforma, que não ultrapasse o que seja uma reforma de dignidade.
E mais que 150 euros diários de reforma, para um país como o nosso, já se pode considerar imoral e injusto. A reforma não é um vencimento. E quem já recebeu muito, que o poupasse.
Além disso, acabe com as mordomias, o FETE (ninguém fala no FETE?)
Isto sim, aqui é que é uma reforma séria.
Senhor primeiro Ministro, acabe com o Blá. Blá, Blá! Vá directamente à ferida. O Povo é isso que quer…
Já agora consulte:
http://antoniosimoes.no.sapo.pt/escritor/diario/dez03/04dez05_pensoes.htm
e
http://antoniosimoes.no.sapo.pt/escritor/diario/abr03/03abr07.htm
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